terça-feira, 24 de setembro de 2013

Asqueroso! cap- 02

                 

Acordei com o sol entrando pela janela, me despertando de uma noite muito mal dormida, na realidade eu ainda não sei bem o que foi que me acordou, se foi o sol, ou o barulho infernal da cidade em movimento la fora. Abri os olhos vagarosamente tentando me acostumar com a claridade, assim que eu consegui me acostumar com a luz, fiquei apenas deitada observando o céu azul que fazia la fora, e a brisa fresca que entrava pela janela. Apesar de tentar eu não conseguia esquecer do que aconteceu esta madrugada, a lembrança do seu sussurro no meu ouvido, ainda me causava calafrios. Olhei para o lado e as meninas já não estavam mais deitadas, eu me levantei e comecei a arrumar as nossas camas, e dobrar os lençóis. Depois de feito isso, eu peguei uma roupa simples de ficar em casa, e segui para o banheiro, tomei um banho por conta do calor que já se fazia, o calor era tao intenso que parecia marcar uns 50 graus. Tomei um banho frio, não gelado, apenas frio, queria expulsar a tensão em meus ombros, assim que terminei me sequei, e em seguida coloquei a roupa que havia separado. Sai do banheiro e a casa estava movimentada, com a TV ligada, e vozes ecoando pelo ambiente, segui para o quarto guardei a minha roupa de dormir, quando estava terminando, fui interrompida pela porta se abrindo.

-Você não vem para o cafe Mary?<disse Ingrid sentando no chão ao meu lado>

-Vou sim minha linda!... Você dormiu bem?<acariciei o seu rosto>

-Dormi!... Tive alguns pesadelos, mas adormi sim!

-Quer me contar?

-Não, esta tudo bem!

-Então vamos tomar cafe, por que eu estou faminta!

Seguimos para a sala, eu dei bom dia a todos, e novamente senti aqueles olhos em cima de mim, era estranho, e eu estava muito incomodada com esta situação, eu não gostava de ser o centro das atenções, era constrangedor. Tomei o meu cafe normalmente, ajudei a arrumar as coisas do cafe, já que estávamos ali, nada mais justo do que ajudar com as tarefas domesticas, de certa forma eramos meninas prendadas como se dizia antigamente, a mamãe sempre nos ensinou a cuidar da casa, das nossas roupas, da nossa alimentação, enfim, sabíamos nos virar muito bem.

Já haviam se passados uns dois meses que estávamos morando no Rio, já tinha me acostumado a cidade, ate já andava livremente sem "medos", aprendi a gostar do lugar, e conviver com as pessoas, as minhas irmas já estavam estudando, elas estavam se dando muito bem, eu ainda estava a procura de uma faculdade, e de um emprego, pois era complicado ficar na casa dos outros sem colaborar com nada, e como eu temidamente esperava, as coisas não continuaram como antes. Parece que a minha tia começou a se incomodar com a nossa presença, ela estava exigente, e completamente diferente do que era antes, ela nos obrigava a cuidar da casa, da comida e ate das suas roupas, e as do seu marido. Não que não tivéssemos a obrigação de ajudar, mas somente com a casa, e no preparo da alimentação, lavar as cuecas do marido dela não. Em uma manha ainda bem quente, eu decidi sair para colocar alguns currículos, eu não tinha experiencia em nada, mas se eu não tentar arrumar algo, quando eu vou conseguir adquirir alguma. Me arrumei, peguei os currículos, e antes de sair coloquei os meus fones, eu era bem eclética e costumava a ouvir de tudo um pouco, e hoje eu estava a fim de ouvir O rappa-Anjos para quem tem fé- estava na fé de arrumar algum serviço. Eu estava na rua a procura de emprego, mas estava realmente muito difícil, eu já estava cansada de tanto andar embaixo do sol quente que fazia, decidi parar em um bar e tomar uma água para me refrescar, sentei no balcão ao lado de uma jovem muito linda e exuberante, ela tinha o corpo lindo e muito torneado, seios fartos e um quadril avantajado, ate que eu não era de se jogar fora, eu tinha o corpo bem característico, no caso violão, tinha curvas interessantes, mas isso nunca me chamou a atenção, o tal do "culto ao corpo" ser obrigada a manter o meu peso, e as minhas curvas que eram naturais. Ela me olhou de canto de olho enquanto eu pedia uma água, a olhei e gentilmente lhe ofereci um sorriso no qual fui retribuída. Fiquei por um tempinho sentada aproveitando a minha água e tentando me refrescar do calor, depois de um tempo eu chamei o rapaz pára acertar a minha água.

-Quanto custa?

-Custa R$2,50!

Abri a minha bolsa, e fiquei procurando o dinheiro para acertar a minha conta, comecei a contar algumas moedas, e estava quase juntando o dinheiro necessário quando a jovem ao meu lado se pronunciou.

-Aqui esta o dinheiro da água dela!<entregou o dinheiro ao rapaz e me olhou>

-Muito obrigada, mas eu faço questão de te devolver!<continuei mexendo na minha bolsa>

-Não precisa, serio!<segurou na minha mão>

             

-Obrigada!<sorri>

-Me chamo Laísa, e você?

-Mariane, mas pode me chamar de Mary!

-Você não e daqui correto?

-Não, eu estou morando aqui a dois meses, eu sou do interior de São Paulo!

-Veio se aventurar?

-Não, na realidade eu fui praticamente obrigada a vir!

-Desculpa a indelicadeza, sei que nos conhecemos a alguns minutos, mas como assim obrigada?

Apesar de te-la acabado de conhecer, eu resolvi dar uma resumida das coisas que tinham acontecido comigo a pouco mais de dois meses, e ela me ouviu atentamente, senti que dali poderia surgir uma boa amizade. Depois de algum tempo conversando, ela me disse que trabalhava em uma casa noturna como garota de programa, e eles estavam precisando de bar tender, mulheres claro, a experiencia seria o de menos, já que o que interessava era ser bonita, eu fiquei a observando por alguns segundos, e disse que eu ainda era de menor, e que provavelmente não poderia trabalhar la.

-Isso e fácil, eu tenho um amigo que pode resolver isso para você, se você quiser claro!

-Eu não sei se posso, acho que eu não conseguiria fazer isso!

-Fazer o que, chacoalhar uma coqueteleira?... Por que e isso que você vai fazer, você não vai se prostituir, a não ser que você queira!<me encarou>

-Não, eu não quero!<respondi rapidamente>

-Então não ira, ninguém te forçara a nada!

-Eu não sei se devo...

-Não me responda nada agora, este aqui e o endereço do local, se caso decidir algo!<disse anotando um endereço em um guardanapo>

Ela disse que teria que ir embora, pois ainda teria que se arrumar para trabalhar durante a noite, ela me cumprimentou com um beijo no rosto e disse qualquer coisa era só aparecer na boate, sem compromisso de nada. Ela foi embora eu continuei com a minha saga de deixar currículos, eu tentei conseguir trabalho de tudo que era forma, de qualquer coisa na realidade. No final da tarde eu decidi voltar para casa, devido as mudanças, eu sentia que não eramos mais uma presença tao agradável na casa da minha tia, ela tinha mudado muito não só comigo, mas com as meninas também, mas parece que a implicância maior era comigo mesmo, acho que ela já notou que o marido dela andou dando umas olhadas para mim. Assim que cheguei estava sozinha pois as minhas irmas estudavam a tarde, ela saia as seis do serviço e o marido sempre chegava depois das oito, mas infelizmente neste dia ele resolveu chegar mais cedo.

-Boa tarde!<me encarou>

-Oi! <disse secamente>

-Esta de mal humor?<sentou no sofá ao meu lado>

-Não, só estou cansada!... Passei a tarde toda atras de emprego!<disse sem olhar para ele>

-Quer que eu te faça uma massagem?<disse se aproximando do meu ouvido>

-Não obrigada!

Fui dura com as palavras e tentei me levantar, mas ele me segurou pelo braço me fazendo sentar novamente, juntando o seu corpo no meu. Senti a sua mão acariciar a minha coxa, enquanto a outra fazia pressão no meu braço.

-Me solta você esta me machucando!<disse entredentes>

-Tao linda, tao nova, a sua pela cheira a frescor, a jovialidade!<disse rente ao meu ouvido>

-Me solta, eu tenho nojo de você!<fiz força para soltar o meu braço mais foi em vão, ele apertou ainda mais>

-Aonde você pensa que vai?... Eu quero sentir o gosto da sua boca!<disse puxando o meu rosto de encontro ao seu>

Senti a sua boca nojenta encostar na minha, senti o seu hálito asqueroso de cigarro perto do meu rosto, e imediatamente senti ânsia.

                            

Antes que ele pudesse me beijar, eu elevei a minha mão ao seu rosto com todas as minhas forças, fazendo um enorme estalo, imediatamente ele elevou as suas duas mãos ao mesmo, eu me levantei rapidamente e segui para o meu quarto.

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