segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Uma nova perspectiva!! cap -01

                             

Era uma manha de primavera, as minhas irmas e eu voltamos do cemitério, hoje nos despedimos dos nossos pais, eles faleceram em um acidente de carro, um motorista embriagado ceifou a vida dos meus pais, nos deixando órfãs.
Desculpa a minha ignorância, me chamo Mariane Almeida, mas pode me chamar de Mary, tenho 17 anos, e sou a mais velha de três irmas, todas mulheres, a minha irma do meio com 15 anos se chama Cristine, e a mais nova de 13 se chama Ingrid. Nos moramos em Monte Alto, e uma cidade pequenas com pouco mais de 46.642 habitantes, e somos relativamente conhecidas. Quando tudo isso aconteceu. os meus pais tinham ido ao centro da cidade resolver algumas coisa sobre a nossa mudança para o Rio de Janeiro. Estávamos indo por que a minha mãe queria morar mais perto da minha tia Elise, ela era a irma mais nova da minha mãe, e tinha se casado a pouco mais de um mês, e o meu pai tinha conseguido um emprego bem melhor por la. Quando ela soube que a minha mãe, e o meu pai tinham morrido, ela veio para o velório deles com o marido, eles iriam ficar por pouco tempo, já que a vida deles estava estabelecida no Rio.

-Venham morar conosco meus amores, eu não conseguiria ficar tranquila com vocês estando tao longe! <disse assim que retornamos para a nossa casa>

-Não sei tia, a nossa vida e aqui, conhecemos todo mundo na cidade, e sei que não vai nos faltar nada!<respondo por todas>

-Talvez não seja uma ma ideia Mary!... Pensa bem somos todas de menores, e não vamos conseguir emprego na cidade!

-A Cris tem rasão Mary, e nos precisamos estudar, a mamãe não iria gostar de nos ver fora da escola, e morando sozinhas, e o pior, contando com a própria sorte! <Ingrid me fez pensar no que seria o certo>

-Independente do que vocês decidirem nos as apoiaremos!<disse o meu tio Oliver>

Eu não sei o por que, mas eu não tenho muita confiança nele, e confesso que ele e um dos motivos da minha insistência em não ir, mas eu tinha acabado de completar 17 anos, e provavelmente não conseguiria emprego na cidade, seria um tremendo fiasco, e ainda correríamos o risco de passar necessidades, e eu não queria ver as minhas irmas passando por isso.
Uma semana depois estávamos nos despedindo da casa aonde moramos desde que me entendo por gente, era muito difícil deixar tudo para trás, eu cresci ali, fiz o meu primeiro amigo aqui, a minha primeira escola, as minhas primeiras loucuras, enfim, seria impossível ir embora, e não sentir falta de tudo o que vivi, de todas as lembranças e de todos os momentos bons e ruins que passei ao lado de todos aqui. Mas a pior parte era se despedir da casa e das coisas dos meus pais, de todas lembranças de aniversario, dia dos pais, das mães, das crianças, natais, enfim eram muitas coisas e se desapegar, mas eu fui embora sabendo que provavelmente depois de hoje, eu não voltaria mais.
A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração, sorrir para as pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente, que sou superior do que elas pensam, calar-me para ouvir a quem tem mais a me ensinar, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor.
Fazer de conta que tudo está bem, quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, e abrir minhas janelas para o amor, para uma nova experiencia, e não temer o futuro. Lutar contra as injustiças, sorrir quando o que mais desejo é gritar com todas as minhas forças para expressar o quanto as minhas dores são grandes, e para mostrar ao mundo que eu posso ser superior, e posso vencer custe o que custar.

               

Seguimos viagem rumo ao Rio de janeiro, era tudo muito novo e diferente, eu nunca tinha morado em uma cidade grande. A minha tia tinha residencia exatamente no centro da cidade, era tudo muito movimentado, acho que pela hora em que chegamos, pois já era madrugada. As musicas nos bares em todas as esquinas, pessoas dançando e se esfregando umas nas outras, as garotas oferecendo os seus corpos em troca de dinheiro. Sera que era lucrativo? Enfim, a cidade parecia uma extensão de "Sodoma e Gomorra" ok, talvez eu esteja exagerando um pouco, mas que as pessoas pareciam não ter pudores a isso parecia.
Chegamos no apartamento de dois quartos da minha tia, eles nos ajudaram com as nossas bagagens, e nos acomodou em um dos quartos.

-Bom, como tudo foi tao de repente, eu não tive tempo de comprar camas para vocês!... Então, por hora vocês se acomodem no chão mesmo com estes colchonetes, tudo bem?<disse nos entregando três colchonetes finos como o papelão>

-Esta tudo bem tia!... Não precisa se incomodar com isso!<disse Cris com uma cara seria>

-Prometo que amanha eu providencio uma cama para vocês dormirem!... Ate amanha e durmam bem!<disse e saiu>

-Satisfeitas?... Dormindo no chão, em um lugar aonde você não conhece, e que correndo o risco de ir na esquina, e ser estuprada por um maluco qualquer!<disse abrindo a minha mala e pegando algo mais confortável para vestir>

-Para de exagero Mary, aqui nem e tao ruim assim!<me encarou>

-Vamos ver por quanto tempo!

Peguei a minha roupa de dormir e sai do quarto, eu precisava tomar um banho pois não conseguia dormir com o corpo sujo de poeira da rua. Segui para o banheiro tomei um banho gelado pois a noite estava bem quente, coloquei a minha roupa de dormir, estava retornando para o quarto e vi a fina cortina da sala balanço no ritmo do vento que entrava por ela. Me aproximei calmamente para fechar a janela, olhei pela mesma e ate que a vista não era la tao ruim, em baixo tinha uma rua cheia de bares, algumas pessoas dançando, bebendo e se divertindo, do jeito delas, mas se divertindo.

                

A cidade não era tao mal, na realidade, acho que estava era com implicância do lugar, mas enfim, já que estou aqui, vou deixar que as coisas aconteçam, e deixar que a vida siga o seu rumo. Estava respirando o ar gélido da madrugada na janela quando senti a presença de alguém na sala, olhei para trás e dei de cara com o meu "tio" Oliver me encarando, ele me olhava como se me despisse com os olhos. Senti o meu corpo estremesse por completo, era uma sensação muito estranha ser observada assim, por olhos como aqueles. Confesso que o "meu tio" não era um homem feio, e nem velho, mas era o meu tio, e assim como eu o deveria respeitar, ele também teria que me respeitar.

-Te assustei?<disse quebrando o silencio que tinha se instaurado na sala>

-Só um pouco!... Eu pensei que estava dormindo!<disse receosa>

-E estava, mas senti cede!<disse sem tirar os olhos de mim, intercalando entre o meu rosto e o meu corpo>

-Eu vim fechar a janela, mas já estou indo me deitar!<me virei para fechar a janela>

-Pode deixar aberta, a Elise gosta de deixa-la aberta a noite!... Fica tranquila, aqui não vai entrar nenhum maluco psicopata para molestar vocês!... Eu não vou deixar!<sorriu  de canto>

-Tudo bem!... Então, boa noite!<disse passando rapidamente, mas fui contida por ele segurando em meu braço>

-Sejam bem vindas a minha casa!<disse rente ao meu ouvido me fazendo arrepiar>

-Obrigada!<respondi quase sem respirar>

Assim que senti que ele soltou o meu braço, eu segui rapidamente para o quarto com as meninas, elas já estavam adormecidas, acho que pelo cansaço da viagem, afinal foram quase seis horas de carro por uma rodovia escura, ate eu estava cansada, mas depois do que aconteceu na sala, eu não sei se conseguiria dormir. Me deitei no meu colchonete e fiquei me lembrando do que tinha acabado de acontecer, ele pareceu usar um tom ameaçador, que me deu um misto de medo com agonia, era estranho sentir isso, eu não quero ter que viver um pesadelo.

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