segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A carta! Cap 27

                


Abri a carta, e não sei se era loucura da minha cabeça, mas eu jurava que senti o seu perfume neste exato momento, senti como se ela estivesse sentada ao meu lado, e eu estivesse escorada em seu corpo, assim como ficávamos assistindo a um filme bobo na televisão. Assim que comecei a ler as primeiras linhas de sua carta, senti os meus olhos marejarem.

Rio de Janeiro, 20 de Dezembro de 2012

Mary.


Minha querida Mary, a nossa fotografia ainda esta no mesmo lugar, e tão triste estar longe de você, isso me traz uma dor tão profunda, tão ruim de sentir, chega a ser agoniante, mas esta dor se aumenta a cada vez  que eu olho para a nossa fotografia, a cada vez que os meus olhos se cruzam com o seu luminoso sorriso estampado naquele papel brilhante e frio... Olho para você quero dizer, olho para a nossa fotografia, e sinto que você esta olhando para mim, meu coração se ilumina com a esperança de te ver novamente, mas ao mesmo tempo, me vem a tristeza de lembrar que provavelmente isso nunca mais ira acontecer, pois você foi embora querendo não me ver nunca mais que eu sei.
 Queria tanto por uma ultima vez poder tocar em seu rosto, sentir o perfume dos seus cabelos, e o delicioso sabor de seus lábios. Fico triste em pensar no tanto que ainda vou sofrer ate conseguir te retirar dos meus pensamentos, e do meu... Coração. 
Queria poder sentir de novo o calor do seu corpo no meu, sabia que eu estou sempre olhando para você ao meu lado na nossa foto, e rezando para que você esteja bem,  e quem sabe, poder estar querendo me ver, tanto quando eu quero te ver, mas sei que isso não ira acontecer.
Olho para o Bobby, e o meu coração se parte em mil pedaços, ele me lembra você, e isso me deixa muito triste, e ao mesmo tempo muito feliz. Eu tenho mil razões para desejar estar contigo minha querida Mary. Se me pedisse para que enumerasse as razões que me levam a sempre estar junto de você, mesmo que em pensamentos, que me levam a dedicar o meu amor e energia a você, a fazer questão de tentar estar o mais próximo possível de você, mesmo sabendo que este sentimento não seja recíproco, se você me pedisse para que eu demonstrasse alguns motivos que pudessem levá-la a acreditar neste meu amor com mais confiança, eu não faria isso. 
Tenho milhares de razões para gostar de você, para amar você, mas apenas vou dizer que sinto-me feliz em ainda te amar, e poder desfrutar das lindas lembranças, de momentos especiais que passamos juntas, e que só aconteceram graças ao seu jeito atencioso, gentil e sedutor, não quero enumerar o meu amor por você, ate por que se fizesse isso, esta carta ficaria quilométrica. Eu não gosto e nem quero tentar explicar tais sentimentos, ate por que você os conhece muito bem, mesmo achando que não são verdadeiros.
Para mim, você e fonte de alegria, encontrei em você uma ilha de paz e carinho, encontrei tudo o que poderia desejar em uma relação de afeto, que só me inspira a mais firme esperança de um dia quem sabe, poder te ter de volta. Encontrei em você a felicidade plena, que só pode existir em um contexto de amor profundo. Com você me sentia calma e protegida, isso me tranquilizava  pois sei da força que você e capaz de me transmitir, sei das boas energias que fluem de você em direção a mim,sei do confortante aconchego que só posso encontrar nos seus abraços e afagos.
Espero que um dia você me perdoe, e mesmo que não volte para mim, eu queria que você soubesse que e a mulher da minha vida (rsrsr) estranho isso? Pra mim não, eu te amo e sempre vou te amar.
Caso você queira saber, o Matheus e eu não conseguimos mais sustentar a nossa relação, e cada um seguiu o seu caminho, acho que era você que ainda nos unia, mas enfim, o que importa e que eu te esperarei pela eternidade, mesmo que eu nunca mais possa olhar em seus olhos...
Eu te amo, e sempre te amarei

Laísa  “

Confesso que terminei a carta aos prantos, sim, eu sentia a sua falta, sentia falta do seu sorriso lindo, da sua boca, do seu corpo no meu, das suas brincadeiras, e da forma em que ela laçava a minha cintura com carinho. Apesar de tudo, ela me fez ficar completamente apaixonada por ela. Não consegui conter as minhas lagrimas e muito menos os meus pensamentos dentro de mim, eu precisava respirar depois desta carta, eu precisava pensar na minha vida, saber se eu estava fazendo as coisas corretas.

Peguei o meu telefone, a minha bolsa e simplesmente sai do Flat, eu precisava caminhar, ver pessoas diferentes, respirar ar puro. Ainda no elevador eu coloquei os fones e selecionei uma playlist, algumas musicas que ouvíamos juntas quando estávamos a toa em casa. Ok, eu deveria estar querendo me martirizar, pois cada musica que tocava, o meu coração doía ainda mais de saudades e de tristezas. Neste momento eu estava um misto de vários sentimentos, tanto bons quanto rancorosos, e isso ainda acabaria comigo sem duvidas.

                          

Parei em uma cafeteria no próximo a um dos cassinos, pedi um expresso, com um muffin, ainda era cedo, deveria ser umas oito e poca da manha, eu precisava comer algo, o meu estomago estava se contorcendo de fome, mas quem disse que diante da comida, a minha garganta queria liberar a passagem para o alimento?
Estava brincando com o bolinho enquanto tomava a conta gotas o meu expresso, e ao mesmo tempo lembrando de tudo o que tinha acontecido comigo ate hoje.  A cada lembrança eram mais lagrimas que escorriam dos meus olhos. 
Depois de beliscar o bolinho e conseguir pelo menos beber o expresso, eu decidi sair da cafeteria, eu estava com os pensamentos, e sentimentos bagunçados, eu precisava retira-la da minha cabeça. Eu me conhecia, agora eu estava sentindo falta, mas se eu largasse absolutamente tudo aqui e voltasse para ela, não iria dar certo, sabe aquela sensação de confiança quebrada? Era exatamente isso que eu estava sentindo.
 Depois de mais ou menos uma hora caminhando pela cidade, que mesmo durante o dia era simplesmente linda, eu decidi voltar para o Falt, era melhor tentar descansar pois ainda teria que ir trabalhar, e não poderia fazer isso pernoitada. 
Voltei para o Flat e ele estava em total silencio, provavelmente a Rubi já estava dormindo. Que por falar nela, nossa o que foi aquilo, nos quase nos beijamos, eu não posso me envolver com outra mulher, ou seria o melhor a ser feito para tentar esquecer a Laísa de vez, se e que um dia eu vou conseguir esquece-la. 
Segui para o meu quarto, peguei uma roupa qualquer e fui tomar o meu banho. Assim que sai do banho coloquei a minha roupa que estava separada na cama e me deitei, olhei para a mesinha de cabeceira e a carta estava la, me virei para o outro lado a fim de ignora-la, mas parecia que ela estava me chamando. Peguei a nossa foto que tinha vindo junto com a carta, e fiquei a olhando sentindo os meus olhos arderem novamente, e em meio a este turbilhão de pensamentos adormeci.


-Holly!... Holly acorda!<senti ela passando as mãos em meus cabelos carinhosamente>


-Oi, aconteceu alguma coisa?<disse meio atordoada por causa do sono>


-Desculpa te acordar, mas e que já passa das duas da tarde e voçe não comeu nada durante a manha!<sorriu>


-Esta tudo bem!... Nossa, eu dormi demais, ainda tenho que fazer algo para almoçarmos!<disse tentando me levantar>


-Eu pedi comida em um restaurante, e ate já chegou!... Acho melhor voçe cuidar dos seus olhos, eles estão muito inchados, e se a Saueller ver vai ficar bem zangada!


-Droga!<me levantei de uma vez>... Eu nem sei o que fazer quanto a isso!<disse olhando para o espelho no meu quarto>


-Eu tenho um bom corretivo para isso!... Como voçe esta?... Eu notei que voçe saiu de casa, e quando eu me deitei ainda não tinha chego!


-Estou bem, obrigada!<sorri timidamente>


-Ela ainda mexe muito com voçe  <colocou uma mecha de cabelo atras da minha orelha>


-Sim!<lhe mostrei a nossa foto>


-Ela e linda!... Vocês são linda juntas!<mordeu o lábio inferior, parecia querer dizer algo>... Sabe...


-Diz!


-Sobre o que aconteceu na sala, eu realmente não sei o que deu em mim, desculpa, mas e que eu senti uma vontade enorme de te beijar, e... Realmente me desculpa...


-Esta tudo bem, acho que nos duas sentimos vontade...


-Eu nunca beijei uma mulher!


-Eu também nunca tinha beijado uma quando me envolvi com ela!<peguei a foto e alisei o seu rosto através do papel>... Eu já era dependente dela, dependente do seu sorriso!<senti a minha voz embargar>


-Eu estou aqui para o que voçe precisar tudo bem?<sorriu colocando a sua mão na minha>


-Eu tenho medo!... Preciso esquecê-la imediatamente!


-Eu posso te ajudar!<elevou a sua mão ao meu rosto>


-E melhor não!... Eu sofri muito com mentiras, e não quero ter que passar por isso novamente!


-Eu não estou mentindo para voçe...


-Ela também disse que não!<estava de costas para ela>


-Tudo bem, mas se voçe precisar de algo, eu estarei aqui, esta bem assim?


Ela segurou o meu braço me fazendo virar para ela, e me abraçou fortemente, senti o seu delicioso perfume me invadir, e o seu rosto no meu ombro, eu estava meio travada, mas acabei retribuindo o seu abraço carinhosamente.

                       

-Obrigada!<disse rente ao seu ouvido>


-Ok, vai tomar um banho que depois eu vou cuidar dos seus olhos!<saiu do meu quarto>



Eu não poderia simplesmente trocar um sentimento por outro, eu sabia exatamente o que ainda sentia pela Laísa, e sabia que a cada dia que pensasse nela, eu sofreria ainda mais, então eu resolvi seguir em frente. Não sei o que destino me reservaria, não sei se ele colocaria um homem, ou uma mulher na minha vida, eu  sei que agora eu serei mais atenta a tudo ao meu redor. 
Rubi, ela não sabe como este sentimento e forte, quando voçe se apaixona de verdade por alguém  principalmente se ela te trata com carinho e te da toda a atenção do mundo, estar com o Matheus foi incrível  mas estar com a Laísa, não tenho palavras quanto a isso, mas eu preciso retira-la da minha cabeça, e do meu coração o mais rápido possível ,antes que o seu fantasma comesse a me assombrar.

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