Senti um
medo enorme pairar sobre o meu corpo, os caras eram bastante mau encarados, e
me olhavam com uma cara de péssimas intensões. A minha vontade era de sair correndo o mais rápido que pudesse dali gritando o mais alto que pudesse.
Tentei sair pelo outro lado mas tinha um outro rapaz encostado na parede,
neste momento varias coisas se passaram perla minha cabeça, imaginei que eles
pudessem me estuprar, querer me matar, ou simplesmente me colocar medo,
independente do que fosse, eu só queria ir embora o mais rápido possível dali.
-Não fica
com medo gatinha, não vamos fazer nada com voçe!<disse um deles acariciando
o meu rosto com o polegar>
-Ou podemos
fazer absolutamente tudo!<disse outro acariciando a minha barriga>
Senti cada
parte do meu corpo tremer de medo, de pavor, eu precisava sair dali. Em um impulso, e em um ato de desespero eu empurrei o cara que estava na minha lateral
bloqueando a entrada da porta, e tentei correr, mas senti os meus cabelos serem
puxados com violência, e em seguida senti o meu corpo ser arremessado ao solo.
Cada parte de mim ardia sentindo os chutes e tapas e socos que era desferidos
no meu corpo, eu tentava gritar mas a minha voz estava engasgada na minha
garganta, tentei proteger ao máximo o meu corpo com os braços, mas infelizmente
não conseguia me desvencilhar de toda aquela violência barata e sem proposito.
Depois de mais alguns chutes e socos escutei uma voz masculina mandando com que
os caras parasse com a violência, e em seguida tudo ficar escuro.
Tentei abrir
os olhos calmamente, mas a claridade entrava nos meus olhos me impossibilitando
de abri-los, e para completar, eles doíam muito, e a forma mais confortável de
ficar era com eles fechados mesmo. Senti um forte cheiro de eter, misturado com
iodo, o ar gélido ar condicionado, e alguns que não consegui identificar muito bem, alem
do bip de alguns aparelhos, logo notei que estava hospitalizada, sera que a agressão tinha sido tão violenta assim? Tentei respirar fundo e relaxar para identificar os barulhos ao meu redor, ouvi a voz suave de uma moça ao meu lado,
ela perguntava se eu tinha acordado.
-Sim!<disse
calmamente>
-Holly, como
voçe esta?<esta era conhecida>
-Rubi, aonde
eu estou?<só queria confirmar>
-Vai ficar
tudo bem meu anjo, eu estou aqui, e voçe vai sair logo daqui!<senti a sua mãos acariciarem os meus cabelos>
-Eu não
consigo abrir os olhos!... Eles estão doendo, e tem uma luz muito forte...
-Então não
tente, fique com eles fechados!... O que aconteceu?Senti a sua mão tocar calmamente o meu rosto>
-Eu não sei,
estava me sentindo sufocada, e sai para pegar um ar, mas acabei sendo
surpreendida por três caras, eles começaram a me bater sem nenhum motivo
aparente, e só pararam quando ouvimos uma voz masculina mandando que parassem,
e a partir daí eu não me lembro de mais nada!<disse sentindo os meus olhos
arderem devido ao choro que já se fazia presente>
-Por que
você não me chamou, se eu não tivesse com cliente ficaria um pouco com você!
-Desculpe!<disse
abrindo um pouco os olhos agora já os acostumando a claridade>
-Vai ficar
tudo bem, logo, logo você vai pra casa!<consegui ver o seu sorriso de cumplicidade>
-Bom dia!...
Me chamo Dr. Claus Montgomery, sou clinico geral, e esta e a Dr. Anne Lafaiet,
ela e ginecologista e obstetra!... Estou com alguns dos seus exames em mãos, pois
devida as condições em que você chegou, e ainda mais sendo acompanhada pela
policia, precisávamos de alguns exames!.. Alem do mais, o local que você foi encontrada, e ponto de venda de
drogas, tínhamos que fazer alguns exames de sangue!
-E qual e o meu estado doutor, e muito grave?<perguntei aflita>
-Você não quebrou nenhum osso, só teve uma luxação no braço, por isso esta enfaixado, estes hematomas e que vão demorar um pouco a sumir!... Mas ainda bem que não aconteceu nada com o seu bebe...
-Bebe?<o que eu estava ouvindo>
-Voçe esta
grávida de dois meses, e por sorte não perdeu o bebe, pois pelos hematomas pelo
seu rosto braços e pernas, eles foram bem violentos!<disse a medica>
-Eu não
posso estar grávida, isso não e possível, eu não posso não pode!<comecei a
chorar desesperadamente>
-Calma
Holly, vai ficar tudo bem..
-Não, não
vai!... Como eu vou trabalhar?... A Saueller...
Me calei ao
ver o olhar da Rubi sobre mim, não queríamos que os médicos soubessem que
éramos GP’s. Ela sentou na cadeira ao meu lado enquanto os médicos me
explicavam tudo o que eu poderia e não poderia fazer durante um tempo, e claro, o máximo de repouso, e nada de sexo. Eles me
passaram medicação, e a medica marcou a minha consulta de pre-natal. Eles
disseram que quando o soro acabasse eu estaria liberada e poderia ir para casa
sem problemas, pois estava rudo bem comigo, em seguida saíram do quarto.
Eu fiquei espantada por ja estar sendo liberada, mas como era hospital publico, ele não poderia ficar com um paciente relativamente bem ocupando a vaga de alguém que pode estar bem pior do que eu.
-O que eu
vou fazer agora?
-Eu não
sei...
-A Saueller
vai ficar muito puta da vida, e com rasão!
-A isso sem
duvidas, ainda mais que voçe já veio gravida do Brasil!... Talvez se fosse de
algum cliente daqui, ela poderia usar isso para arrancar alguma grana deles..
-Extorsão?
-Claro, isso
seria uma oportunidade de ouro para ela, e para voçe!... Vocês conseguiriam ainda mais dinheiro...
-Chega
Rubi!... E de uma vida que voçe esta falando!...A vida do meu filho!
-Desculpa
Holly, mas eu só estou falando a verdade!
-Por favor
Rubi, guarde esta verdade para voçe!<disse sentindo as lagrimas caírem>
-Desculpa,
por favor me desculpe!<veio me abraçar>
-Esta tudo
bem...
-Eu sou uma
idiota sem coração, não deveria ficar te falando estas coisas...
-Calma, esta
tudo bem, já disse...
-As vezes
acho que deveria cortar a minha língua por falar tanta besteira...
-Shiii!<segurei
o seu rosto com as duas mãos a fazendo me encarar>
Ela me
encarou seriamente, e assim como da outra vez me beijou, segurou firme em
minha nuca aprofundando ainda mais o beijo, senti a sua língua explorando a
minha boca apressadamente, como se fosse um campo minado pronto para explodir.
O
seu beijo tinha desejo carinho e sentimento, era um sentimento ainda indecifrável, interrompemos o beijo com selinhos.
-Desculpa eu...
-Esta tudo
bem Rubi!<se levantou da cama>
-Ola, boa
tarde, vim lhe retirar do soro!<disse a enfermeira adentrando ao quarto>
-Obrigada!
<disse assim que ela retirou o cateter de mim>... Eu vou poder ir pra
casa?
-Vai sim, o
medico já prescreveu a sua receita, e você já pode ir pra casa!
Ela se
retirou do quarto deixando a receita comigo, vesti a mesma roupa de qual
cheguei que para a minha sorte, era um vestido ate que não tão chamativo.
A Rubi
e eu seguimos de táxi para casa, depois do beijo não comentamos mais nada sobre este assunto, apesar de tudo eu ainda gostava da Laísa, e sentia a sua falta,
principalmente agora. Eu sei que se ela estivesse aqui, eu poderia chegar em casa, e ela estaria me
esperando, eu iria me deitar em seu colo, ela acariciaria os meus cabelos e
me diria que iria ficar tudo bem. Olhei pela janela do táxi, e me senti
sozinha, me senti desprotegida, e sem ter para aonde correr.
Assim que o táxi parou, ela pagou a corrida e entramos no prédio, eu estava com alguns curativos pelo corpo, estava com ao ego e a auto estima a zero, me sentindo
dolorida, e não era uma dor física, era uma dor da alma. Eu sei que não tive culpa pelo que aconteceu, afinal eu fui agredida de graça, sem nenhum motivo
aparente. Entrei na portaria sob os olhares do porteiro e de algumas pessoas
que estava no hall de entrada a espera de alguém. Estava me sentindo um lixo, um
bicho sendo transportado para a jaula, e sendo observado por vários curiosos, eu
deveria estar realmente muito mal. Alem da dor física, a dor de saber que
estava gravida, estava me consumindo, eu queria, e ao mesmo tempo não queria
aquela criança, ela não teve culpa por estar ali, a culpa foi minha e dele.
Ele, o que sera que o Matheus iria fazer se soubesse que estou esperando um
filho dele? Na menor das hipóteses, ele não iria acreditar em mim, e dizer que
era de algum dos meus clientes.
Entramos no apartamento e eu segui direto para
o banheiro precisava de um banho urgente, na realidade eu precisava era chorar,
chorar e pensar em como sera a minha vida a partir de agora, sozinha e com
filho na barriga, afinal, logicamente a Saueller não iria me querer assim.
- Desculpem pelo capitulo pequeno e sem sal, mas e que estou sem criatividade, e estava terminando uma fic mais calma, e acabei ficando na mesma vibe!
- Mas... prometo que os próximos serão melhores...
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