Ele me
encarou e sorriu lindamente, parecia não estar incomodado com o meu sumiço
agora, e ao contrario da outra vez, não estava aflito a minha procura.
-Desculpe
pela demora Paul, eu...
-Esta tudo
bem minha querida!... Senti que voçe precisava de um tempo para si!... Esta
melhor?
-Sim!
Na realidade
não, eu não estava me sentindo confortável em estar fazendo aquela sacanagem
com ele. Agora você me pergunta, qual sacanagem já que ele não e nada seu?...
Ele pode não ser o meu homem, o meu “namorado ou companheiro”, mas ele e o meu
amigo, ele se tornou alguém especial para mim, e graças a ele que estou aqui
fora, e não atrás das grades, e eu sinto que devo a ele ao menos o
mínimo de respeito. Por isso assim que chegarmos no hotel eu vou contar a ele
tudo o que aconteceu esta noite, sem esquecer de nem um detalhe.
Ele disse
que a festa já estava acabando, e que estava cansado, e estava a fim de
voltar para o hotel e descansar. Concordei com a sua decisão, e seguimos para
nos despedirmos dos poucos convidados que ainda estavam na festa. Depois de uma
breve despedida do Bruno, e do Justin, claro sem esquecer das suas belíssimas,
e tolas acompanhantes, fomos embora da festa.
Apegarmos os nossos agasalhos com o motorista do Paul, que era muito
gentil por sinal. Seguimos para o carro, o motorista abriu a porta gentilmente
para que entrasse, enquanto Paul deu a volta, e entrou sentando-se ao meu lado.
Seguimos o caminho do hotel, hora conversando sobre a festa, e hora calados
apenas cada um admirando a sua janela. Na realidade estava tentando encontrar
as palavras certas para contar a ele tudo o que tinha acontecido nesta
noite, eu não poderia simplesmente jogar na cara dele que tinha transado com
dois caras na festa, sendo que eu tinha vindo para o evento com ele, não seria
justo, nas realidade, já não foi justo desde o momento em que abri as minhas
pernas para o Justin me acaricia naquela mesa.
Senti um
certo remorso tomar conta do meu peito, não sei qual seria a sua reação, e
sinceramente, não espero que seja das melhores.
Uns quinze minutos depois,
estávamos na porta do belo hotel em que estamos hospedados, mais uma vez o
gentil motorista abre a porta, me ajuda a sair do carro, e lhe entrega os
cartões chave dos quartos. O Paul para ao meu lado, e após pegar os cartões,
ofereceu-me o seu braço, o encaro com uma expressão meio vazia, ele levanta
uma sobrancelha ao me observar, respiro fundo e envolvo o meu braço ao seu.
Entramos no hotel e seguimos direto para a cobertura aonde estamos hospedados.
Assim que paramos na porta do meu quarto ele passa o cartão, e assim que porta se
abre ele sorri e me entrega o cartão.
-Obrigada!
Ele segura
em meu queixo, olha dentro dos meus olhos e sorri, dando-me um beijo na testa, em seguida. Ele respira fundo com um certo pesar, olha dentro dos meus olhos
e simplesmente da as costas.
-Paul!... Eu
queria muito conversar com você!<disse vendo ele se afastar>
-Hoje não
minha querida, hoje não!... Amanha depois do café serei todo seu!<disse passando
o cartão na sua porta, e entrando sem ao menos me olhar>
Acordei com
a claridade na minha cara, eu simplesmente odiava acordar com o sol no meu
rosto. Me virei para o outro lado, olhei no meu celular e tinha uma mensagem, o
peguei e abri a mensagem ainda embrulhada no edredom.
“Bom dia!...
Se você quiser falar comigo ainda no café, e melhor descer agora, pois tenho um
compromisso as nove!” by.: Paul
Fechei a
mensagem, olhei a hora e me assustei ao constatar que já passava das 08:30. Dei
um pulo da cama e segui para o banheiro, fiz a minha higiene, e deixei o banho
para depois do café, me troquei e em quinze minutos estava saindo do quarto,
por sorte tinha um casal esperando o elevador também, e assim que ele abriu a
porta já estava próximo dele.
O rapaz entrou e segurou aporta para que eu entrasse
também, entrei dei bom dia ao casal, e o agradeci pela gentileza.
Assim que
entrei no restaurante, avistei o Paul muito bem vestido com uma calça jeans
preta, uma camisa branca com a manga dobrada na altura do cotovelo, e sapato
social, me aproximei da mesa e me sentei ao seu lado, ele apenas deu uma breve
olhada em minha direção, e voltou a sua atenção para o tablet em sua mão.
-Desculpe
pelo atraso, dormi demais...
-Compreendo
você deveria estar muito cansada, não e mesmo?
-Estava!<disse
um pouco mais baixo>
-Peça o que
quiser!<chamou o garçom discretamente com um breve aceno>
-Paul eu
preciso te falar uma coisa!
-Diga!<disse
ainda sem me olhar diretamente>
-Ontem
quando eu sumi...
-Você estava
extremamente ocupada!<colocou o tablet na mesa e me encarou pela primeira
vez durante o café>
-Com a
licença dos senhores!... O que a senhorita deseja para o café?
-Nada
obrigada!<neste momento o meu apetite já tinha ido para o espaço>
-Tudo
bem!<disse começando a se retirar>
-Sim
senhor!<saiu>
-Não fala
nada!... Eu não sou idiota Mariane, não nasci ontem!... Eu sei que da primeira
vez você estava se agarrando com aquele desgraçado do Bruno, e disse pra mim
que tinha se perdido!... E da segunda vez estava com o Justin, se agarrando na
sacada, e disse que estava tomando um ar!<senti o meu rosto pegar fogo>
-Mas como...
-Na primeira
vez foi a “amiga” do Roger que viu você e “ele” no corredor, ela disse que
estavam quase se engolindo!<filha da puta>... E na segunda vez, você
mandou um dos meus acionistas tomar no cu!... Você se lembra?<arqueou a sobrancelha>
-Eu sinto...
-Você não
precisa sentir nada!... E o seu trabalho!<ele se levantou>
-Paul me
escuta!<me levantei também>
-Agora não
posso, já estou atrasado!<saiu sem ao menos me olhar>
Acompanhei
os seus passos ainda de pé, o vi colocando o óculos de sol, e entrando no carro
com o motorista, seguido da Nina, e do seu assessor. Me sentei recostando
completamente na cadeira, respirei fundo e fechei os olhos. Eu sabia que ele
reagiria mal, só não sabia que seria tanto, e nem que ele já soubesse.
O garçom
trouxe o meu café, mas estava completamente sem apetite, pedi se ele poderia,
por favor mandar servir no meu quarto, ele prontamente disse que sim e se
retirou.
Me levantei da mesa sentindo um peso enorme no meu coração, e retornei para o meu quarto.
Assim que entrei ouvi o meu celular tocar, olhei
no visor e era a Rubi, pensei em atender, mas achei melhor deixar pra la, não
estava a fim de falar com ninguém agora.
Passei o dia
presa dentro do meu quarto, e sem saber nada do Paul, acho que ele não deu as
caras no hotel o dia todo.
A recepcionista ligou para o meu quarto, pois como
não tinha saído, e nem tinha pedido nada para comer, ela queria saber se eu
queria algo, disse que não, e desliguei.
A Rubi me
ligou mais algumas vezes, mas eu realmente não estava com cabeça nem para ela,
e nem para ninguém.
Queria entender o por que estava me martirizando tanto, mas
eu tinha certeza que era culpa, e sentimento de ingratidão.
A noite chegou, e eu permaneci no quarto, mal
ia na varanda tomar um ar e voltava para a cama, estava me sentindo triste, e
pior ainda, me sentindo um lixo. A única coisa que eu queria era voltar para o
Brasil, nem que fosse para morar em baixo da ponte.
“E o seu
trabalho!” Esta frase não saia da minha cabeça, teria que conviver com isso
para sempre.
Já passava
das sete da noite quando ouvi batidas na minha porta, não queria falar com ninguém
a única coisa que eu queria era voltar para casa. Tinha aproveitado o dia
sozinha, e na “merda” para fazer as minhas malas. Ignorei a porta por completo,
mas a pessoa insistiu em bater.
-Mariane,
você não saiu deste quarto em momento nenhum?... Fez um dia tão lindo la fora,
poderia ter ido aproveitar a piscina!... Este e o seu café da manha?<apontou
para o carrinho intacto>
-Sim,
desculpa estava sem animo!<disse cabisbaixa>
-O que
aconteceu com você?<sentou ao meu lado na cama>
-Nada de
mais, não se incomode comigo!
-Hum... O
Paul quer que você desça para o jantar!
-Estou sem
fome!
-Entendi!...
Vocês brigaram?
-Não queria
falar sobre isso!... A culpa foi minha!
-Sei!...
Mesmo assim, eu te aconselho a tomar um banho, se trocar e descer, ele esta te
esperando!... Não é educado deixar alguém a sua espera, ainda mais um cara como
o Paul!
-Todas as
minhas roupas já estão guardadas!<apontei para as malas>
-Faz o
seguinte, vai tomar um banho, que eu vejo algo para você vestir nas suas
malas!<sorriu me estendendo a mão para que levantasse>
Tomei um breve banho,não queria deixá-lo esperando ainda mais. Sai do banheiro enrolada
no roupão, e avistei a Nina no celular, sem duvidas ela estava falando com ele,
pois acabara de comunicar a pessoa do outro lado da linha, que eu tinha saído
do banho.
Olhei para a cama e avistei a minha roupa, um vestido preto de manga
cumprida rendado, um pep toe, lingerie e alguns acessórios. Me vesti com o seu auxilio,
e enquanto eu fazia uma make marcada na boca vermelha, ela arrumava o meu
cabelo.
Assim que fiquei pronta segui para o restaurante do hotel, aonde ele provavelmente
me esperava.
Entrei e ele não estava, um garçom veio ao meu
encontro, perguntou o meu nome, e disse que me levaria ate aonde ele me
esperava.
O segui pelo restaurante, ate entrarmos na área da piscina, estava um
pouco frio, mas não era nada tão assustador, ele me deixou na porta de entrada, e se retirou em seguida.
Entrei e avistei o Paul de pé próximo a sacada, e um
garçom lhe servindo uma taça de champanhe, me aproximei dele calmamente, estava
apreensiva, e com receio do que poderia escutar da sua boca.
-Não obrigada!
-Por que não
aceita uma taça?<disse me encarando, nem reparei quando se virou>
-Champanhe
me deixa nocauteada rápido demais!<sorri amarelo>
-Peça outra
coisa então!<se virou novamente>
-Um
cosmopolita, por favor!
-Claro
senhorita, só um instante!
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