sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sentimento de culpa! cap 46

Ele me encarou e sorriu lindamente, parecia não estar incomodado com o meu sumiço agora, e ao contrario da outra vez, não estava aflito a minha procura.

-Desculpe pela demora Paul, eu...

-Esta tudo bem minha querida!... Senti que voçe precisava de um tempo para si!... Esta melhor?

-Sim!

Na realidade não, eu não estava me sentindo confortável em estar fazendo aquela sacanagem com ele. Agora você me pergunta, qual sacanagem já que ele não e nada seu?... Ele pode não ser o meu homem, o meu “namorado ou companheiro”, mas ele e o meu amigo, ele se tornou alguém especial para mim, e graças a ele que estou aqui fora, e não atrás das grades, e eu sinto que devo a ele ao menos o mínimo de respeito. Por isso assim que chegarmos no hotel eu vou contar a ele tudo o que aconteceu esta noite, sem esquecer de nem um detalhe.
Ele disse que a festa já estava acabando, e que estava cansado, e estava a fim de voltar para o hotel e descansar. Concordei com a sua decisão, e seguimos para nos despedirmos dos poucos convidados que ainda estavam na festa. Depois de uma breve despedida do Bruno, e do Justin, claro sem esquecer das suas belíssimas, e tolas acompanhantes, fomos embora da festa.
Apegarmos os nossos agasalhos com o motorista do Paul, que era muito gentil por sinal. Seguimos para o carro, o motorista abriu a porta gentilmente para que entrasse, enquanto Paul deu a volta, e entrou sentando-se ao meu lado. Seguimos o caminho do hotel, hora conversando sobre a festa, e hora calados apenas cada um admirando a sua janela. Na realidade estava tentando encontrar as palavras certas para contar a ele tudo o que tinha acontecido nesta noite, eu não poderia simplesmente jogar na cara dele que tinha transado com dois caras na festa, sendo que eu tinha vindo para o evento com ele, não seria justo, nas realidade, já não foi justo desde o momento em que abri as minhas pernas para o Justin me acaricia naquela mesa.
Senti um certo remorso tomar conta do meu peito, não sei qual seria a sua reação, e sinceramente, não espero que seja das melhores. 
Uns quinze minutos depois, estávamos na porta do belo hotel em que estamos hospedados, mais uma vez o gentil motorista abre a porta, me ajuda a sair do carro, e lhe entrega os cartões chave dos quartos. O Paul para ao meu lado, e após pegar os cartões, ofereceu-me o seu braço, o encaro com uma expressão meio vazia, ele levanta uma sobrancelha ao me observar, respiro fundo e envolvo o meu braço ao seu. Entramos no hotel e seguimos direto para a cobertura aonde estamos hospedados. Assim que paramos na porta do meu quarto ele passa o cartão, e assim que porta se abre ele sorri e me entrega o cartão.

-Entregue!<sorri>

-Obrigada!

                            

Ele segura em meu queixo, olha dentro dos meus olhos e sorri, dando-me um beijo na testa, em seguida. Ele respira fundo com um certo pesar, olha dentro dos meus olhos e simplesmente da as costas.

-Paul!... Eu queria muito conversar com você!<disse vendo ele se afastar>

-Hoje não minha querida, hoje não!... Amanha depois do café serei todo seu!<disse passando o cartão na sua porta, e entrando sem ao menos me olhar> 

Entrei no meu quarto tranquei a porta, tirei a roupa e segui direto para o banho, não tinha muito o que fazer, então assim que terminei, me troquei e tentei descansar um pouco, e mesmo com a tensão pela converso com o Paul no dia seguinte, eu consegui pegar no sono.
Acordei com a claridade na minha cara, eu simplesmente odiava acordar com o sol no meu rosto. Me virei para o outro lado, olhei no meu celular e tinha uma mensagem, o peguei e abri a mensagem ainda embrulhada no edredom.

“Bom dia!... Se você quiser falar comigo ainda no café, e melhor descer agora, pois tenho um compromisso as nove!” by.: Paul

Fechei a mensagem, olhei a hora e me assustei ao constatar que já passava das 08:30. Dei um pulo da cama e segui para o banheiro, fiz a minha higiene, e deixei o banho para depois do café, me troquei e em quinze minutos estava saindo do quarto, por sorte tinha um casal esperando o elevador também, e assim que ele abriu a porta já estava próximo dele. 

                                 

O rapaz entrou e segurou aporta para que eu entrasse também, entrei dei bom dia ao casal, e o agradeci pela gentileza. 
Assim que entrei no restaurante, avistei o Paul muito bem vestido com uma calça jeans preta, uma camisa branca com a manga dobrada na altura do cotovelo, e sapato social, me aproximei da mesa e me sentei ao seu lado, ele apenas deu uma breve olhada em minha direção, e voltou a sua atenção para o tablet em sua mão.

-Desculpe pelo atraso, dormi demais...

-Compreendo você deveria estar muito cansada, não e mesmo?

-Estava!<disse um pouco mais baixo>

-Peça o que quiser!<chamou o garçom discretamente com um breve aceno>

-Paul eu preciso te falar uma coisa!

-Diga!<disse ainda sem me olhar diretamente>

-Ontem quando eu sumi...

-Você estava extremamente ocupada!<colocou o tablet na mesa e me encarou pela primeira vez durante o café>

-Com a licença dos senhores!... O que a senhorita deseja para o café?

-Nada obrigada!<neste momento o meu apetite já tinha ido para o espaço>

-Tudo bem!<disse começando a se retirar>

-Ela vai quere um suco de laranja, café, pão, geleia, frios, e amanteigados!<disse olhando dentro dos meus olhos>... Ela esta precisando repor as energias!

-Sim senhor!<saiu>

-Paul eu...

-Não fala nada!... Eu não sou idiota Mariane, não nasci ontem!... Eu sei que da primeira vez você estava se agarrando com aquele desgraçado do Bruno, e disse pra mim que tinha se perdido!... E da segunda vez estava com o Justin, se agarrando na sacada, e disse que estava tomando um ar!<senti o meu rosto pegar fogo>

-Mas como...

-Na primeira vez foi a “amiga” do Roger que viu você e “ele” no corredor, ela disse que estavam quase se engolindo!<filha da puta>... E na segunda vez, você mandou um dos meus acionistas tomar no cu!... Você se lembra?<arqueou a sobrancelha>

-Eu sinto...

-Você não precisa sentir nada!... E o seu trabalho!<ele se levantou>

-Paul me escuta!<me levantei também>

-Agora não posso, já estou atrasado!<saiu sem ao menos me olhar>

Acompanhei os seus passos ainda de pé, o vi colocando o óculos de sol, e entrando no carro com o motorista, seguido da Nina, e do seu assessor. Me sentei recostando completamente na cadeira, respirei fundo e fechei os olhos. Eu sabia que ele reagiria mal,  não sabia que seria tanto, e nem que ele já soubesse. 
O garçom trouxe o meu café, mas estava completamente sem apetite, pedi se ele poderia, por favor mandar servir no meu quarto, ele prontamente disse que sim e se retirou.
Me levantei da mesa sentindo um peso enorme no meu coração, e retornei para o meu quarto. 
Assim que entrei ouvi o meu celular tocar, olhei no visor e era a Rubi, pensei em atender, mas achei melhor deixar pra la, não estava a fim de falar com ninguém agora.
Passei o dia presa dentro do meu quarto, e sem saber nada do Paul, acho que ele não deu as caras no hotel o dia todo. 

                   

A recepcionista ligou para o meu quarto, pois como não tinha saído, e nem tinha pedido nada para comer, ela queria saber se eu queria algo, disse que não, e desliguei.
A Rubi me ligou mais algumas vezes, mas eu realmente não estava com cabeça nem para ela, e nem para ninguém. 
Queria entender o por que estava me martirizando tanto, mas eu tinha certeza que era culpa, e sentimento de ingratidão.
 A noite chegou, e eu permaneci no quarto, mal ia na varanda tomar um ar e voltava para a cama, estava me sentindo triste, e pior ainda, me sentindo um lixo. A única coisa que eu queria era voltar para o Brasil, nem que fosse para morar em baixo da ponte.

“E o seu trabalho!” Esta frase não saia da minha cabeça, teria que conviver com isso para sempre.
Já passava das sete da noite quando ouvi batidas na minha porta, não queria falar com ninguém a única coisa que eu queria era voltar para casa. Tinha aproveitado o dia sozinha, e na “merda” para fazer as minhas malas. Ignorei a porta por completo, mas a pessoa insistiu em bater.

-Mariane abre a porta, eu sei que você esta ai dentro!<identifiquei por ser a voz da Nina>

Ela tinha me tratado tão bem ate agora, que seria uma falta de educação enorme não abrir a porta para ela. Deduzi que como ela tinha saído com o Paul, assim como ela, ele também já tinha retornado, e provavelmente ela estaria me chamando para ir embora de Los Angeles. Me levantei da cama e segui ate a porta a abrindo em seguida.

-Mariane, você não saiu deste quarto em momento nenhum?... Fez um dia tão lindo la fora, poderia ter ido aproveitar a piscina!... Este e o seu café da manha?<apontou para o carrinho intacto>

-Sim, desculpa estava sem animo!<disse cabisbaixa>

-O que aconteceu com você?<sentou ao meu lado na cama>

-Nada de mais, não se incomode comigo!

-Hum... O Paul quer que você desça para o jantar!

-Estou sem fome!

-Entendi!... Vocês brigaram?

-Não queria falar sobre isso!... A culpa foi minha!

-Sei!... Mesmo assim, eu te aconselho a tomar um banho, se trocar e descer, ele esta te esperando!... Não é educado deixar alguém a sua espera, ainda mais um cara como o Paul!

-Todas as minhas roupas já estão guardadas!<apontei para as malas>

-Faz o seguinte, vai tomar um banho, que eu vejo algo para você vestir nas suas malas!<sorriu me estendendo a mão para que levantasse>

Aceitei a sua ajuda e fui para o banheiro, ela tinha razão, não era de bom tom deixar um homem como o Paul a minha espera, afinal qual e o homem que paga uma viagem de jato particular, para uma mulher, a hospedagem com tudo pago, lhe oferece um dia inteiro na Rodeo drive, a leva para uma festa como aquela, e a única forma que lhe agradeci foi transando com dois caras na festa, eu sou uma idiota.
Tomei um breve banho,não queria deixá-lo esperando ainda mais. Sai do banheiro enrolada no roupão, e avistei a Nina no celular, sem duvidas ela estava falando com ele, pois acabara de comunicar a pessoa do outro lado da linha, que eu tinha saído do banho. 
Olhei para a cama e avistei a minha roupa, um vestido preto de manga cumprida rendado, um pep toe, lingerie e alguns acessórios. Me vesti com o seu auxilio, e enquanto eu fazia uma make marcada na boca vermelha, ela arrumava o meu cabelo.

                              

Assim que fiquei pronta segui para o restaurante do hotel, aonde ele provavelmente me esperava.
 Entrei e ele não estava, um garçom veio ao meu encontro, perguntou o meu nome, e disse que me levaria ate aonde ele me esperava. 

                       

O segui pelo restaurante, ate entrarmos na área da piscina, estava um pouco frio, mas não era nada tão assustador, ele me deixou na porta de entrada, e se retirou em seguida. 
Entrei e avistei o Paul de pé próximo a sacada, e um garçom lhe servindo uma taça de champanhe, me aproximei dele calmamente, estava apreensiva, e com receio do que poderia escutar da sua boca.

-Senhorita?<o garçom me despertou oferecendo-me uma taça de champanhe>

-Não obrigada!

-Por que não aceita uma taça?<disse me encarando, nem reparei quando se virou>

-Champanhe me deixa nocauteada rápido demais!<sorri amarelo>

-Peça outra coisa então!<se virou novamente>

-Um cosmopolita, por favor!

-Claro senhorita, só um instante!

                           

Me aproximei um pouco mais dele, parando na sacada assim como ele estava, colocando as mãos na mesma, senti um enorme frio na barriga, não tinha a menor ideia do que ele queria comigo, só espero que ele não seja tão grosseiro como mais cedo.


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