sexta-feira, 4 de abril de 2014

Novo chefe! Cap 62

                     

Depois de alguns minutos remoendo a minha raiva atrás da porta, senti um cheiro estranho, me lembrei que tinha colocado água no fogo para fazer um macarrão para o nosso almoço. Segui para a cozinha, desliguei o fogo da água que já estava mais do que fervida, guardei os temperos na geladeira, mão queria fazer mais nada, eu não queria nada, apenas me deitar e ficar quieta na minha tentando descobrir o que estou sentindo, me organizar, organizar o meu coração, a minha cabeça enfim, precisava de um tempo para mim.
Segui para o quarto, queria me deitar e simplesmente tentar esquecer tudo o que aconteceu, queria o meu edredom, e mais nada.
Olhei ao meu redor e vi a quarto ainda bagunçado, me lembrando que tínhamos passado uma madrugada incrível, que terminou nada agradável, infelizmente.
Eu não conseguia esquecer da sua voz rente ao meu ouvido me chamando de “anjo”, como eu queria não ter brigado com ele, e neste momento repenso a minha atitude de ter contado a ele tudo sobre a aquela vagabunda de quinta, será que fiz a coisa certa, a minha cabeça diz que não, mas o meu coração diz que sim, e mesmo com o nosso desentendimento, eu me agarro a possibilidade de ter plantando ao menos a semente da duvida em seu coração, a duvida de que ela seja realmente uma mulher direita, e que mereça o seu amor. Não que eu mereça, mas sei que ela merece menos ainda.
Dei uma ajeitada no quarto, arrumando um pouco da “nossa” bagunça encontrei uma corrente com um pingente de crucifixo, sem duvidas não era minha. Pensei em ligar para ele vir buscá-la, mas pensei bem, e resolvi não ligar, quando ele sentisse falta viria buscar, ou mandava alguém para buscar por ele. Na realidade, eu não me senti preparada para ouvir a sua voz, acho que inda preciso de um tempinho para me recompor direito, eu nunca fiquei assim tão confusa com alguém, alem do Paul.
Me deitei na cama, queria tentar dormir mais um pouco, estava cansada, com o peito apertado, confusa, com saudades de algo que não era meu, e que nunca será meu, precisava descansar, descansar ate de mim mesma. Rolei de um lado para o outro, e não conseguia nem pregar os olhos, a cama inteira exalava o seu perfume, cada centímetro dos meus lençóis tinham o seu cheiro, a sua lembrança.

-Que droga!<resmunguei me levantando para trocar os lençóis>... Preciso de um tempo destes homens!<puxei tudo de uma vez>... Tem hora que homens são bem mais complicados do que mulheres!

Mesmo depois de trocar os lençóis e as fronhas, ainda assim não consegui dormir, e para piorar me lembrei de que assim como aconteceu com o Paul e o Justin, não tínhamos usado preservativo, senti o meu corpo ficar arrepiado, eu estava dando muito mole, como eu poderia esquecer assim de usar camisinha, isso era uma regra, eu não poderia ter esquecido isso, com nenhum deles, mas como já tinha acontecido, não dava para ficar me remoendo.
Olhei a hora e acabara de passar das quatro da tarde, resolvi desisti de dormir, e fui dar uma olhada na minha caixa de e-mails.

          

Assim que abri vi uma resposta da agencia que estava recrutando moças para trabalhar como acompanhantes, abri a mensagem e li o seu conteúdo, que fazendo um resumão, eles diziam que gostaram das minhas fotos, e que como estavam com muita urgência, precisavam que eu fosse hoje mesmo se possível para acertar algumas coisas, e tão logo começar a “trabalhar”, no e-mail eles pediram que eu comparecesse no lugar marcado a partir da 1 da tarde, ate às 9 da noite. Como eu estava dentro do horário marcado, estava sem ter o que fazer, e querendo me distrair, resolvi ir ate o endereço na mesma hora.
Tomei um banho, coloquei uma roupa simples, jeans camiseta e saltos, uma make básica, nada de muito chamativo. Anotei o endereço em um pedaço de papel e fui para a rua a procura de um taxi, por sorte o Paul tinha me reservado um bom dinheiro, e ainda tinha o dinheiro que o Bruno largou na minha mesinha de centro, era pouco mais de mil dólares.
Depois de mais ou menos uns 15 minutos de taxi, e um transito bem chatinho, enfim chegamos ao endereço. Paguei e sai do carro me deparando com um prédio discreto, parecia ser um prédio comercial comum, ate duvidei que pudesse ser naquele prédio mesmo, ate confirmei o endereço no papel, e como estava correto decidi subir. Assim que entrei no elevador, uma bela jovem saiu do mesmo, ela me olhou da cabeça aos pés e apenas me desejou uma boa tarde, no qual eu respondi e entrei no elevador, selecionei o sexto andar e aguardei ele parar. Assim que ele chegou ao andar indicado, sai do elevador e fui a procura da sala, e logo achei, bati a porta e mais uma bela jovem me atendeu, me identifiquei e ela olhou algo no computador.

-Pode se sentar Marianne, o senhor Josh deu uma breve saída, mas ele já deve estar voltando!

-Obrigada!

-Fique a vontade, deseja algo?... Uma água, um café?< e serio isso?>

-Não obrigada!<disse me sentando em uma poltrona>

Ela retomou o seu olhar para a tela do computador, e eu peguei uma revista para ler, que estava em um suporte ao lado. “Isso aqui esta parecendo mais um consultório dentário do que uma agencia de acompanhantes” Pensei. Fiquei foliando uma revista de moda por alguns minutos ate que um belo, e jovem rapaz de aparentemente uns 35 anos entrou na sala falando ao celular.

                              

-Eu realmente não tenho nenhuma menina disponível agora senhor Mark!

-(...)

-Estão todas na ruas, todas elas tem compromissos...

-(...)

-Eu sei senhor...

-(...)

-Eu prometo ao senhor que...<ele me olhou, e parou de falar por um segundo>... Acho que tenho a solução para o senhor, já já retorno senhor Mark!<desligou>

-Senhor Josh esta e a Mariane Almeida, ela foi uma das meninas que mandou o e-mail!

-Ola Mariane!

-Ola, boa tarde!

-Por favor, me acompanhe ate a minha sala?

-Claro!

Seguimos ate a sua sala, ele abriu educadamente a porta para que eu entrasse primeiro. Em nada aquele ambiente parecia com uma agencia, era muito discreto, e reservado, a discrição rolava solta no ambiente, me sentiria muito mais segura ser pudesse trabalhar aqui, do que em uma boate sem duvidas. Assim como a sua bela secretaria, ele perguntou se eu queria algo,e mais uma vez eu recusei.
Foi impossível ignorar a sua beleza, ele era um homem definitivamente muito lindo, de porte atlético, com um belo sorriso. Ele ligou o computador, organizou algumas coisas brevemente, por algumas vezes o peguei me olhando, parecia analisar cada movimento que fazia, sorri em algumas vezes discretamente colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha, para disfarçar a minha ansiedade.

-Bom Mariane...

-Mary!... Pode me chamar de Mary!

-Ok, Mary!... Eu vi o seu e-mail, e gostei muito do que li!... Voçe e linda, e tem um corpo maravilhoso!<neste momento o meu celular toca>

-Obrigada, desculpe por isso!<me referi ao celular interrompendo a chamada  em seguida>... Faz pouco tempo que estou em Los Angeles, provavelmente viu que sou do Brasil!

-Tudo bem!<sorriu>... Gostei de você ser brasileira!... Bom, vou ser direto, como você viu, eu estou precisando de uma menina para hoje, e se você aceitar sair hoje mesmo com este cliente, eu seria eternamente grato!

-Hoje?

-E, ele e um cliente muito importante, e um dos representantes de uma multinacional!... Enfim, seria perfeito se você pudesse atendê-lo hoje!

-E que eu... <eu não estava preparada para um programa hoje>

-Olha, você não vai precisar ir pra cama com ele!<parecia ler os meus pensamentos. Sorriu de lado, nossa que homem lindo>

-Não?<o meu celular tocou novamente>... Me desculpe mais uma vez!

-Se precisar atender!

-Não senhor, já desliguei, me desculpe!

-Tudo bem!... Olha aqui trabalhamos com muita descrição!<continuou o assunto>

-Eu reparei isso!

Ele me contou que o tal cliente era gay, e por isso contratava acompanhantes, disse que ele tinha 56 anos, era um homem de muito respeito na empresa, e que so andava com mulheres muito bonitas para disfarçar a sua homossexualidade. Como trabalho e trabalho, e eu não estou em posição de recusar, claro que aceitei. Ele me disse que estivesse aqui na agencia as nove horas que ele viria pessoalmente me buscar, disse para que eu me arrumasse formalmente, pois seria um coquetel.

-Pelo pouco que notei de você, não preciso lhe dar nenhuma recomendação, percebi que saberá se portar em uma festa elegante!

-Saberei sim , pode ficar tranqüilo!

-Sei que sim Mariane!<estendeu a mão para mim>

-Mary senhor Josh!

-Somente Josh!<sorriu novamente>... Dispensemos o "senhor"!

Nos despedimos com a minha promessa de estar aqui no horário marcado, ele me agradeceu mais uma vez, apertamos as mãos, e ele parecia não querer solta-la, olhai para as nossas mão e a puxei calmamente da sua, ele pareceu ficar sem jeito, eu sorri e simplesmente sai da sua sala.

                

Olhei no relógio e já passava das seis e meia, teria que me apressar e muito para estar no horário marcado. Aproveitei para ver quem tinha me ligado, constatei que tinha sido o Bruno, não poderia nem pensar em falar com ele agora, não poderia me atrasar. Peguei um taxi e fui direto para casa, já cheguei tirando a roupa, tomando um banho hidratando a pele, escolhi um belo vestido, fiz uma make básica, um penteado rápido somente ondas para valorizar os fios, e assim que terminei olhei no espelho e gostei do que vi.

                          

Olhei a hora e acabara de marcar oito e meia, eu teria que correr para chegar a tempo no escritório. Tranquei tudo, peguei um taxi, e mesmo com o transito pesado conseguimos chegar la faltando cinco minutos para as nove.

-Olha como a mais nova contratada esta linda!<sorriu abertamente ao me ver>

-Obrigada, e gentileza sua!

-Imagina!... O Sr. Mark já esta chegando, por favor espere naquela sala com as outras meninas!

Segui para uma sala muito bem decorada, onde tinham mais umas seis meninas, as cumprimentei por alto, algumas me responderam com um sorriso aberto, e outras nem tanto. As meninas eram chamadas de acordo com a chegada dos clientes, por sorte o tal Mark não demorou muito e logo eu fui chamada.
Estava apreensiva , queria saber como ele era, e logo a minha curiosidade foi sanada ao vê-lo, e apesar de ter os seus 56 anos ele era muito bem conservado, muito bonito para a sua idade, e olha, se não fosse gay eu pegava fácil.

-Mas que bela acompanhante!<disse segurando em minha mão e a beijando>



-Obrigada!... O senhor e muito gentil!<sorri>

-Não me chame de senhor, apenas de Mark!

-Você quem manda, Mark!

-Muito obrigado pela sua fidelidade Josh, disse que me arrumaria uma bela acompanhante e cumpriu!

-Obrigado Mark!

-Vamos minha querida, se não chegaremos muito atrasados!

Seguimos para uma bela limusine preta que estava a nossa espera, ele abriu a porta para que entrasse, e já la dentro me ofereceu uma taça de champanhe. Ficamos conversando sobre o coquetel, e como seria no evento, ele me disse que eu seria uma “namoradinha dele”, sorri com o termo namoradinha, ele era muito engraçado, e quase não tinha trejeitos de ser homossexual.
 Ele me fez algumas perguntas do tipo, a minha idade, de onde eu era, algo que gostasse de fazer, eu as respondi da melhor forma possível, e logo voltamos a conversar sobre coisas bobas, ele era muito descontraído.

                                         *Musica amore*

Chegamos no evento, e o lugar era lindo, a festa acontecia em uma mansão bem parecida com a que teve a festa em que fui com o Paul. Entramos, e ele me apresentou a algumas pessoas como sendo a sua namoradinha, cada vez que ele falava isso eu me segurava muito para não rir.
A festa estava muito divertida comida e bebida a vontade, algumas conversas chatas de negócios que eu fingia compreender de cada tramite de investimentos que eles falavam.
A noite estava linda, e em alguns momentos flashs daquela festa em que na mesma noite eu estive com o Bruno e o Justin, vinham incessantemente em minha cabeça. Sorri com o pensamento longe dali, pensando na confusão que ainda esta dentro de mim, eu só queria me decifrar, mais nada.
Já para o final da festa ele me levou para a pista de dança, onde dançamos bastante, ele disse que estava louco para voltar ao Canada onde o namorado dele, que era 30 anos mais novo morava. Enquanto conversávamos, eu me distraia de todos os problemas, estava realmente precisando de um tempo para me divertir
Por volta da uma da manha, ele disse que estava cansado e que apesar da minha companhia estar sendo incrível, ele precisava ir embora, pois pegaria o vôo pela manha.
Voltamos para a limusine depois de nos despedimos de todos, ele disse era contra as regras me deixar em casa, mas que se eu quisesse ele me deixaria sem problemas. Eu pedi para que ele me deixasse uma quadra antes do meu prédio que não teria perigo, e nem seria na porta da minha casa, ele concordou e assim fez.

-Muito obrigado pela noite Mariane, você e uma bela companhia!

-Obrigada Mark, foi realmente incrível!

-Eu que agradeço, voçe foi uma das melhores acompanhantes que o Josh me disponibilizou!

-Muito obrigada!<fiz menção em sair da limusine>

-Espere minha querida!... Bom você recebera pelo escritório amanha, mas como você foi bem mais do que uma acompanhante esta noite, queria lhe dar algo!<disse retirando um boleto de cheques do bolso>

-Imagina, não precisa, você não sabe como eu estava precisando de uma noite assim!

-Faço questão!<me entregou um cheque após preenche-lo>

-Obrigada, tenha uma boa noite, e uma ótima viagem amanha!<guardei o cheque na bolsa>

-Obrigado minha querida!<nos despedimos com um beijo no rosto, e eu sai da limusine>

Caminhei a passos largos pela rua, por sorte não estava tão escuro, e em menos de cinco minutos de caminhada já estava no prédio. Entrei rapidamente, de certa forma da um certo medo andar de madrugada pela rua sozinha, e ao sentir que estamos seguras da um alivio enorme no peito. Entrei no elevador e em poucos segundos estava na porta de casa, entrei e segui direto para o meu quarto, estava louca para tirar o vestido, os saltos que estavam acabando comigo, e tomar um bom banho. Assim que sai do banheiro, me lembrei do cheque, e claro queria saber de quanto foi o “algo” a que ele se referiu.

-Puta que pariu, achei a profissão certa!<disse olhando para o cheque de 2 mil dólares e sorrindo feito boba>

Guardei o cheque em uma caixinha dentro do guarda roupas, peguei outra toalha e fui secar o cabelo, estava muito tarde para ficar usando o secador, e eu só queria terminar logo para dormir. Estava terminando de pegar a minha roupa para vestir e enfim descansar, quando o interfone tocou. Olhei no relógio e eram pouco mais duas da manha, achei estranho quem iria vir a esta hora na minha casa.

-Quem e?<perguntei receosa>

-Mary, sou eu!

-Bruno?

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