segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Morta? cap 104


Já estava na décima vez que enjoava isso por que eu contei por alto, eu estava praticamente jogada no chão do banheiro, sem forças nem para me levantar, olhei no relógio do meu celular que estava ao bem ao meu lado, e já passava da meia noite, as minhas vistas estavam começando a embaçar, e a única vez que consegui sair do banheiro foi para fingir que iria comer o lanche que a Urbana tinha me deixado na mesinha de cabeceira. E este esta la ate agora.
Senti as minhas pernas tremulas, e desta vez estava ainda pior do que aquela porcaria de noite que passei acordando o bruno de hora em hora, parecia que eu iria morrer sentada naquele chão, e nem a minha filha se mexia para amenizar a minha agonia. Tentei inúmeras vezes me levantar, mas estava sendo impossível, pois nenhuma parte do meu corpo respeitava mais os comandos do meu cérebro. Parecia que tinha varias pessoas dançando a macarena na minha barriga, fazendo a minha pele se arrepiar a cada volta que o meu estômago dava, um bolo se formar na minha garganta a cada ânsia que não resultava em um enjoo.
Joguei a cabeça para trás na intenção de aliviar o bolo, mas a única coisa que consegui foi um arroto e um enjoo. Comecei a chorar de desespero, sem saber o que fazer, pois já estava sem forças ate para gritar, tudo o que eu havia comido, e ate o que não tinha, já tinha descido ralo abaixo.  Pensei em ligar para o Bruno, mas seria muita sacanagem, e eu só iria deixá-lo preocupado sendo que ele estava a léguas de distancia. Então a minha única saída era ligar para a Ingrid no quarto ao lado, ou para a casa mesmo e pedir por ajuda. Mas por sorte, ou milagres divino, antes mesmo de pensar em alguma decisão ouvi a porta do quarto se abrir, e a voz da Urbana chamar por mim.
-Qui... Aqui... Urbana... Me ajuda!<disse espaçadamente sem forças>
-Mary, meu Deus o que aconteceu?<disse vindo ao meu encontro>
-Eu vou morrer!
Foi a única coisa que eu consegui dizer antes de simplesmente apagar. “Eu sei soou dramático demais, mas era assim que eu estava me sentindo. Como se fosse morrer”

Urbana on

Já passava da meia noite quando eu fui ao quarto da Mary pegar a bandeja com o seu lanche que eu tinha deixado mais cedo, assim que entrei no quarto vi a cama vazia, e a bandeja intacta, senti um frio correr pela minha espinha, e em seguida chamei pelo seu nome, ouvi a sua voz extremamente baixa vindo do banheiro, e assim que entrei a vi caída no chão sem forças ate para abrir os olhos. 
Me abaixei ao seu lado, e perguntei o que tinha acontecido ao sentir o meu corpo inteiro estremecer de nervoso, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ela desmaiou em meus braços, deixando uma frase ecoando na minha cabeça. “Eu vou morrer!” A acomodei no chão cuidadosamente, para que não batesse com a sua cabeça no chão, e sai do quarto as pressas a procura de algum ser vivente para me ajudar com ela, de preferência um homem.
-ROSA TEM ALGUM SEGURANÇA POR AQUI?<perguntei demonstrando tora a minha aflição>
-Tem sim dona Urbana, la fora!... Mas o que aconteceu?
-Va chamá-lo, e mande-o ir direto para o quarto do Bruno!... A Mary desmaiou, temos que levá-la as pressas para o hospital!
-O que aconteceu Urbana?<vi a Ingrid brotar na minha frente>
-A sua Irma desmaiou... <nem bem terminei de dizer a vi correndo para o quarto como um foguete>
A segui com quase a mesma velocidade, e assim que entrei no banheiro ela estava aos prantos com a cabeça da irma em seu colo enquanto acariciava o seu rosto, senti um no fechar parcialmente a minha garganta. “Deus nos ajude”. Olhei para o telefone em cima da mesinha ao lado as cama, o peguei rapidamente ligando para o Bruno, de um jeito ou de outro ele tinha que saber, afinal era a namorada dele que estava desmaiada na minha frente. Liguei algumas vozes e só chamou, desiste do seu celular e liguei para o Phil, e so então a ficha caiu. “O show”. A esta hora eles devem estar em cima do palco.
-Merda!<exclamei, e vi o segurança entrar com tudo pelo quarto>... No banheiro!
Ele foi direto para o banheiro, pedi para que ele a levasse para o carro, enquanto eu pegava a sua bolsa com documentos, e um casaco grosso, tanto para mim como para ela devido ao forte frio que fazia nesta madrugada. 
Sai às pressas de casa indo para a garagem, a Ingrid queria ir, mas eu pedi que ela ficasse seria melhor, e disse que lhe daria noticia assim que as tivesse. Entrei no carro acomodando a cabeça da Mary na minha perna, coloquei o casaco sobre ela enquanto o segurança seguia o mais rápido que poderia pelas ruas quase vazias de Los Angeles. Sem muitas opções de aviso, decidi ligar para o Ryan, e no terceiro toque ele me atende prontamente.
-Urbana?<pareceu surpreso com a minha ligação>
-Ryan cade todo mundo?<perguntei aflita>
-Acabaram de sair do palco!
-Cade o Bruno?
-Esta no banho, o que esta acontecendo Urbana?
-A Mary, ela desmaiou e eu estou seguindo com ela para o hospital...
- E o que voçe acha que o Bruno pode fazer por ela, estando ele no Canada!<senti uma frieza enorme em suas palavras>
-Ryan Keomaka, tenha um pouco de sensibilidade, ela pode estar morrendo!
-Ta, eu falo com ele assim que ele sair do banheiro!<disse parecendo entediado>
-Voçe não esta compreendendo a gravidade da situação?... ELA PODE ESTAR MORRENDO!<gritei com ele>
-Tenha calma...
-CALMA?... Passa o telefone para ele Ryan!<disse furiosamente>
-Ele esta no banho Urbana!<rebateu calmamente como se a pessoa do outro lado da linha não tivesse com alguem naquele estado no colo>
-BATA NA PORTA, GRITE POR ELE, ENTRE LA, ARROMBE A PORRA DA PORTA SE FOR PRECISO, DA O SEU JEITO, MAS DA ESTE TELEFONE A ELE!
-Fica calma Urbana, eu vou dar o seu recado, e não vou entrar la dentro, a ultima coisa que eu quero,m e ver o Bruno pelado!<Rindo, ele estava rindo?... Mais uma vez senti a frieza em suas palavras>
-Que horas vocês voltam?
-Somente pela manha, talvez umas nove ou dez!
-Tudo isso?... Eu preciso falar agora com ele!<passei a mão pelo rosto>... Cadê o meu marido Ryan?
-Urbana, eu vou dar o seu recado ao Bruno, agora clama, ela deve estar precisando da sua atenção agora!<em partes ele estava certo, eu precisa me acalmar>
-E bom que de mesmo por...<antes que eu pudesse falar algo o telefone ficou mudo> Merda a ligação caiu!... Ou aquele filho da mãe desligou na minha cara!
-Já estamos chegando dona Urbana!<disse o motorista>
-Obrigada!... Mary querida, por favor acorde!<dei leves batidas em seu rosto pálido e cheio de olheiras>... Não faz isso comigo!<senti os meus olhos embaçarem ao encarar a sua imagem desacordada em meus braços, se não fosse pelo seu peito se mexer lentamente, eu juraria que ela estava morta>
Depois de mais alguns minutos enfim paramos na porta do hospital, o segurança saiu e deu a volta, abriu a porta rapidamente a retirando do carro, e a levando no colo ate a entrada, eu bati a porta, fui correndo atras dele, e logo solicitei uma maca, que prontamente apareceu e em poucos minutos a levaram para a emergência.
-Senhora, por favor queira preencher a uma ficha!<merda la vem a porcaria da ficha>
-Ela e paciente do doutor Michel!<disse apressadamente assim que peguei o papel na recepção>
-Eu vu avisa-lo senhora!<disse rapidamente pegando o telefone sobre a mesa>
-Droga!<resmunguei ao notar que mal sabia o primeiro nome da Mary, abri a sua bolsa começando a procurar algum documento>
-Qual e o nome completo dela senhora?
-So um minuto!<disse procurando o documento o achando em seguida>... E... Mariane Almeida!
Terminei de preencher a ficha o mais rápido que consegui, e a entreguei. Ela me disse que o doutor Michel já a estava atendendo, e que eu poderia seguir para a sala de espera 3 da ala 6 da maternidade, que ele me encontraria la o mais breve possível, e assim eu fiz. Segui o mais rápido que eu pude para a sala de espera, e assim que eu entrei na mesma, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para o Phill, mas a única coisa que eu consegui foi ouvir aquela voz enjoada dizendo que estava fora de área.
-Mas que caralho!... Acabou a minha bateria!

Bruno on

Os shows no Canada tinham sido perfeitos, estar com os meus fãs era uma das coisas que mais me deixava feliz, realmente eles eram a minha força. Estava no camarim terminando o meu banho, sai do banheiro ainda com a toalha na cintura, e dei de cara com o Ryan sentado no sofá totalmente largado falando calmamente ao telefone, o ignorei completamente, peguei a minha roupa e voltei para o banheiro na finalidade de me vestir. Depois de limpo, perfumado e arrumado, tinha que estar bem vestido e cheiroso para as minhas fãs no M&G daquela noite. Optei por fazer no final do show, pois de la iria direto para o Hotel, mas tenho que confessar que a minha maior vontade era de voltar para casa ainda na madrugada, não estava a fim de ir para hotel nenhum, eu queria a minha cama, na realidade eu queria ir para casa beijar a Mary e a minha filha. Ainda estava sentindo um aperto terrível no peito, e isso estava me deixando muito tenso, eu odiava ficar assim, e simplesmente horrível se sentir incomodado com algo sem saber do que se trata. Quando sai novamente do banheiro, perguntei ao Ryan do meu celular, eu iria ligar para a Mary para saber como ela estava, assim como na noite anterior.
-Ele esta na sua mala, que já esta na van!<disse calmamente>
-Tudo bem, me empresta o seu!<disse e estiquei a mão>
-Pra ligar pra casa?
-Não eu vou ligar para sua irma, saber como ela esta, se eu posso passar la mais tarde!
-Olha a ma criação Mars!<disse com um sorriso irônico>
-Vamos Ryan me empresta logo esta merda!<falei já meio sem paciência>
-Não da, esta sem sinal!
-Voçe estava falando com ele agora!
-Eu estava ouvindo musica!
-Para de...
-Desculpe incomodar, mas já esta na hora do M&G!<disse Greg o rapaz da produção>
-Quero voltar pra casa assim que terminar o M&G!
-Impossível!<disse seriamente>
-Faça ser possível!... Quero sair do M&G direto pra casa!<disse e sai do camarim>
Não sei, mas o meu coração estava inquieto demais, a minha única vontade era voltar para casa, chegar antes que ela acordasse, e a surpreender com um abraço forte, um beijo caloroso, saber que esta tudo bem, e enfim fazer a surpresa que eu treinei cada palavra durante a viagem. Segui para o M&G, atendi a todos os meus fãs com o maior carinho e atenção possível, e mais uma vez tentei dar o melhor de mim, e ser o mais atencioso possível. Mesmo estando com o meu coração pequeno de preocupação.
Ao final do M&G, eu me aproximei do Phil e perguntei a ele se poderia me emprestar o celular, mas ele disse que estava descarregado, e como o Ryan tinha conseguido que embarcássemos para casa em 30 minutos, não daria tempo de carregar.
-Estou louco para falar com a Urbana!<ele lamentou>
-Estou sentindo o mesmo aperto de ontem no peito!<confessei>
-Calma cara esta tudo bem!... Se tivesse acontecido algo, a Urbana teria ligado para algum de nos!
-Você tem razão!... Ainda bem que estamos indo para casa!<sorri forçado>
Seguimos de van direto para o aeroporto, e dentro da mesma a única coisa que eu queria era um celular alguém, de qualquer um. Olhei para o Kam que estava mexendo no seu Twitter, me aproximei dele e praticamente arranquei o celular de suas mãos.
-Hey!<me encarou>
-Desculpa e só uma ligação!<disse tentando tirar daquela coisa e colocar as teclas>
-E só pedir!
-Me empresta?<o encarei já colocando o celular no ouvido>
-A vai a merda Mars!<sorriu>
-Atende, atende, atende!<disse seguidas vezes, mas o celular caiu em caixa postal>... Merda!
-Não conseguiu?<Phill me encarou e eu neguei com a cabeça>... Liga para a Urbana!
-Esta desligado!<disse após tentar>... Ah não, não, porra!...Sem sinal!<mostrei a ele!
-A cara que sacanagem e agora como vou mexer no meu twitter?<Kam reclamou assim que entreguei o celular a ele>
-Relaxa ai Bruno, já estamos indo para casa como você queria!<disse Ryan a algumas poltronas a minha frente com um sorriso sarcástico no rosto>
Tentei relaxar, mas estava muito agoniado, para conseguir tal feito. Depois de uns vinte minutos já estávamos dentro do jatinho voltando para casa, olhei no relógio e marcava 2 da manha, com sorte as 6 estava em casa.
06:10 da manha foi a hora exata em que desembarcamos no aeroporto. Se tive uma boa viagem? Bom, se não pregar o olho em nenhum momento, e ter de hora em hora um aperto diferente no peito valer. Sim tive uma boa viagem. Seguimos direto para a van que já se encontrava na porta da aeronave praticamente, ela nos levou ate o estacionamento para pegarmos os nossos carros.
-Ei Bruno, ainda esta de pé o almoço mais tarde na sua casa? <Phred perguntou antes de sairmos da van>
-Claro, sem duvidas!<sorri tentando parecer estar tudo bem>
-Então ate mais tarde meu irmão, eu vou apagar na minha cama agora!<disse Eric ao sair da van>
-Ate mais!
Phill e eu fomos os últimos a sair com o Dre, seguimos direto para o meu carro, já que o Phill iria buscar a Urbana e as crianças na minha casa. Segui o trajeto inteiro em silencio, estava ansioso para abraçar a Mary, e constatar que estava tudo bem, e que este aperto no peito não passava de paranoia da minha cabeça. Definitivamente a única coisa que eu queria era beijá-la, e saber que ela e a minha filha estão bem.
Abri a minha mala e peguei o celular, por sorte tinha um pouco de carga, e assim que ele terminou de ligar, explodiu varias ligações perdidas da Urbana, ali o meu coração começou a acelerar ainda mais. Mostrei ao Phill que acabou compartilhando da minha aflição. Pedi ao Dre que fosse o mais rápido possível para casa, o meu coração parecia estar dentro de uma caixinha de fósforos de tão apertado que estava agora.
Assim que vi a fachada da minha casa senti a minha respiração descompassar, e assim que ele parou em frente a porta, eu não esperei duas vezes, e já estava entrando com tudo dentro de casa. Vi a Ingrid levar um susto, ela estava sentada no sofá, com os olhos cheios de lagrimas apertando o telefone com as mãos que não paravam de tremer, ali eu senti que estava tudo errado, e as minhas pernas começaram vacilar.
-Cade a Mary?<foi a única coisa que eu consegui perguntar>
-Ela... Ela passou mal...
-Onde ela esta?<perguntei apressadamente me aproximando dela>
-Acho que... A Urbana não liga!<me mostrou o celular começando a chorar descontroladamente em seguida>
-ROSE!<a abracei forte>... ROSE PARA ONDE ELAS FORAM?<perguntei assim que ela entrou na sala com os olhos tristes e pesarosos>
-Elas foram para o hospital onde a Mary esta sendo tratada...
Nem a esperei terminar, pedi que ela cuidasse da Ingrid, dei meia volta com o Phill ao meu encalço, e pegamos o Dre ainda tirando as malas do carro com a ajuda do outro segurança. Ele disse que tinha levado ela e a Urbana para o hospital ainda no inicio da madrugada, e a Urbana o tinha dispensado ele logo em seguida.
-Desculpe senhor, mas eu mesmo a tirei da sua suíte, e ela estava completamente desacordada, parecia estar... Morta!<senti o meu coração parar por alguns segundos, e logo em seguida bater com uma velocidade tão grande que parecia querer abandonar o meu peito>
-Morta?<repeti baixo, sentindo o meu ar disputar espaço com o meu coração para saber quem precisava mais de atenção naquele momento>
Senti as minhas pernas amolecerem, e a minha garganta se fechar parcialmente. Me curvei colocando as mãos no joelho, e tentando respirar o mais fundo que poderia, a minha cabeça rodava, e parecia que tudo iria apagar a qualquer momento. Ei sentia as mãos do Phill nas minhas costas, me passando um pouco de apoio, mas tudo o que eu queria era que aquilo fosse mentira, que nada daquilo tivesse acontecendo, que fosse apenas um pesadelo, e que eu iria acordar a qualquer momento.
-Calma senhor, eu disse que parecia, mas ela sem duvidas estava viva!<disse me despertando dos meus pensamentos>
-Não me mata antes da hora rapaz!<disse puxando o ar pesadamente me colocando ereto novamente>... Vamos para o hospital agora!<disse entrei no primeiro carro que vi na minha frente>
O Phill entrou ao meu lado no banco de trás, o Dre assumiu o volante e seguiu o mais rápido que pode para o hospital. Então era assim, seria assim que eu provavelmente reagiria a sua perda, que o meu corpo reagiria a sua ausência, era assim que eu me sentiria se ela me deixasse, me sentiria completamente vazio, sem saber o que fazer, com a mente confusa, com o coração despedaçado, e com esta sensação de perda irreparável? Respirei algumas vezes pedindo que ela estivesse bem, para que a minha filha tivesse bem, para que tudo estivesse bem, e não passasse apenas de um susto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário